hoje vi um filme, "o príncipe do egipto", que me fez voltar a pensar na existência, ou não, de Deus. gostei do filme, e achei umas partes muito interessantes! mais tarde, se achar que vale a pena, e se ainda me lembrar, porei um post sobre ele.
mas voltando a Deus. eu considerar-me-ia não tanto ateu, mas sim agnóstico. só queria, no entanto, deixar aqui uma ideia que me ocorreu, e que acho, tendo ou não lógica, interessante! é a seguinte:
se tomarmos como válida a hipótese de a vida ter sido criada por uma entidade superior, Deus, temos que tomar igualmente como válida a hipótese de que Deus, além da vida, criou tudo. no entanto, para que o acto da criação possa acontecer e para que possa ser criado algo, esse acto tem que ter lugar, tem de ser enquadrado, num espaço e num tempo. mas se Deus criou tudo, Ele teve que criar também o espaço e o tempo. e o espaço e o tempo, a serem criados por Deus, tiveram de ser criados num espaço e num tempo. (e) Deus não pôde ter criado, simultaneamente, o espaço e o tempo necessários à criação do próprio espaço-tempo e, consequentemente, de todas as outras coisas.
outra questão, com o mesmo problema, relaciona-se directamente com a existência de Deus. para Deus existir, Ele tem que existir num determinado espaço-tempo. ora, se ele criou tudo, incluindo o epaço-tempo, inviabiliza-se a hipótese de Ele existir. isto porque, para que a Sua existência seja possível ela tem de se enquandrar num determinado espaço-tempo, que teve que ser criado por Ele num outro espaço-tempo (que é necessário à criação) que ainda não existia, porque ainda não tinha sido criado (porque Deus tudo criou).
mesmo alegando que Deus é intemporal e inter-espacial, isso continua a estar confinado a um espaço-tempo, em que o tempo é representado pela eternidade, e o tempo, pelo infinito; mas que tiveram igualmente de ser criados por Ele, em alguma altura.
alegando que Deus é uma entidade espiritual, representada pelo que quer que seja, e que vive no coração das pessoas que estão dispostas a "alojá-lo" (que é, quanto a mim, a hipótese mais sensata), ele não pôde ter criado o que quer que seja, pelo menos material.
como se pode depreender, eu não acredito na ideia de um Deus que nos criou e a tudo o que nos rodeia. mas a hipótese, chamemos-lhe, científica, também deixa algumas dúvidas.
na secundária, disseram-nos, de forma quase dogmática, como na catequese, que a vida surgiu a partir duma atmosfera primitiva que continha determinda matéria inorgânica que, a partir de um princípio activo que agiu sobre ela, permitiu a "elaboração" dos precursores da vida. mas, antes disto, disseram-nos que a geração espontânea não é possível de acontecer.
mas, o que foi isto que foi comprovado através da experiência de Stanley-Miller?
a partir desta famosa experiência (se não houve modificação de resultados) foi comprovado que a partir de matéria inorgânica sobre a qual agiu um determinado princípio activo, é possível sintetizar aminoácidos e outros precursores da vida. foi comprovado, apesar de não ser ao nível da complexidade de vida de um ser animal, que a geração espontânea é possível.
mas, ao invés destas duas hipóteses, a que me parece mais "verdadeira" é a de que não se pode conhecer a origem primeria das coisas.
como li não-me-lembro-onde, "o segredo da origem e do fim das coisas está dentro de um baú, que contém lá dentro a chave para o abrir."